Será que o cinema está
deixando o velho estilo de criar mocinhos e heróis para humanizar a vilania? Ou querem apenas lembrar que a essência humana não é má? Ao contrário
do que muitos de nós pensamos a bondade de um indivíduo pode sim, ser
transformada em pura maldade. No entanto, antes de qualquer julgamento é
preciso entender os fatores que originaram o malum, que muita das vezes pode ser justificado por razões adversas. Por gerações cultivamos a simpatia pelos paladinos,
porém, nunca paramos para pensar sobre qual é a motivação dos vilões para serem
sempre tão vingativos e tiranos. Então que tal olharmos para o passado de dois
grandes perversos que recentemente foram humanizados pelo cinema? Sim,
humanizados, por que não usarmos esse termo para compreender o que os levou a
práticas tão cruéis e implacáveis?
Primeiramente, vamos decifrar
um pouco sobre Vlad III, o empalador que foi príncipe de uma província chamada Valáquia na Romênia.
Historiadores o descrevem como um homem que torturava até a morte espetando os
inimigos enquanto as artes o retratam como um ser grotesco e sedento de sangue
que mata casualmente.
Desde a invenção do cinema o
sanguinário vampiro tem inspirado muitas outras versões que vão desde o clássico
“Nosferatu – O vampiro da noite” de Herzog a “Drácula de Bram Stoker”, ambas as interpretações foram baseadas
na obra do escritor irlandês Bram Stoker. Outra inspiração que também deve
ser lembrada de Drácula é a interpretação do brilhante ator húngaro Béla Lugosi.
No momento temos a versão mais recente dele “Drácula - A história nunca contada”
de Gary Shore, no entanto, este ainda não supera o imbatível filme de Francis
Ford Coppola que trás um vilão sedutor, sarcástico e duramente cruel. Mas afinal,
o que realmente queremos perceber na origem do malum? Na verdade, queremos enxergar a quebra do paradigma oferecido na
versão de Shore quando nos apresenta um vampiro humanizado que luta com o mais
forte pelo mais fraco, onde a crueldade é a defesa do oprimido, todavia, isso
não reflete nem de perto a verdadeira história de Vlad III.
Não obstante, temos Malévola,
outra personagem controvérsia, esta por sua vez foi traída, seu malum é justificado pelo ato de punir aqueles
que não lhe fizeram mal somente para atingir o verdadeiro culpado do seu
sofrimento. Contudo, a sua redenção ressurgi quando a humanidade restante é
resgatada pelo arrependimento do perdão pelo amor.