Tuesday, October 28, 2014

O SER MALUM



Será que o cinema está deixando o velho estilo de criar mocinhos e heróis para humanizar a vilania? Ou querem apenas lembrar que a essência humana não é má? Ao contrário do que muitos de nós pensamos a bondade de um indivíduo pode sim, ser transformada em pura maldade. No entanto, antes de qualquer julgamento é preciso entender os fatores que originaram o malum, que muita das vezes pode ser justificado por razões adversas.  Por gerações cultivamos a simpatia pelos paladinos, porém, nunca paramos para pensar sobre qual é a motivação dos vilões para serem sempre tão vingativos e tiranos. Então que tal olharmos para o passado de dois grandes perversos que recentemente foram humanizados pelo cinema? Sim, humanizados, por que não usarmos esse termo para compreender o que os levou a práticas tão cruéis e implacáveis? 
Primeiramente, vamos decifrar um pouco sobre Vlad III, o empalador que foi príncipe de uma província chamada Valáquia na Romênia. Historiadores o descrevem como um homem que torturava até a morte espetando os inimigos enquanto as artes o retratam como um ser grotesco e sedento de sangue que mata casualmente.

Desde a invenção do cinema o sanguinário vampiro tem inspirado muitas outras versões que vão desde o clássico “Nosferatu – O vampiro da noite” de Herzog a “Drácula de Bram Stoker”, ambas as interpretações foram baseadas na obra do escritor irlandês Bram Stoker. Outra inspiração que também deve ser lembrada de Drácula é a interpretação do brilhante ator húngaro Béla Lugosi. No momento temos a versão mais recente dele “Drácula - A história nunca contada” de Gary Shore, no entanto, este ainda não supera o imbatível filme de Francis Ford Coppola que trás um vilão sedutor, sarcástico e duramente cruel. Mas afinal, o que realmente queremos perceber na origem do malum? Na verdade, queremos enxergar a quebra do paradigma oferecido na versão de Shore quando nos apresenta um vampiro humanizado que luta com o mais forte pelo mais fraco, onde a crueldade é a defesa do oprimido, todavia, isso não reflete nem de perto a verdadeira história de Vlad III.

Não obstante, temos Malévola, outra personagem controvérsia, esta por sua vez foi traída, seu malum é justificado pelo ato de punir aqueles que não lhe fizeram mal somente para atingir o verdadeiro culpado do seu sofrimento. Contudo, a sua redenção ressurgi quando a humanidade restante é resgatada pelo arrependimento do perdão pelo amor.

Friday, July 25, 2014

TEMPO DE ESPERA

“Se quer saber nunca é tarde demais...pra ser quem você quiser ser.”

A expressão “Se não for de novo, de velho é que não escapa” faz lembrar que o mundo é uma grande nave e que somos todos passageiros nela. O bilhete para alguns é grátis, porém, para outros nunca sai de graça. A volta é sempre garantida depois de algum tempo, além de resultar em situação boa ou ruim, mas isso vai depender se algo ficar inacabado durante o trajeto. O percurso também pode ser longo ou curto, no entanto, isso não é determinado por nós. É prudente lembrar que a coisa mais importante da viagem é cumprir a temporada. Se por acaso pensar em fazer a besteira de saltar da nave antes do prazo estipulado tenha em mente a certeza que ficará vagando pelo espaço perdido sabe lá por onde até encontrá-la de novo e concluir o itinerário a partir de onde parou. 
“Não há limite de tempo, comece quando você quiser. Você pode mudar, ou ficar como está. Não há regras pra esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa. Espero que encare de forma positiva.”
 
A pior coisa é começar algo do nada, porém, esse nada também pode significar alguma coisa, por isso que durante a jornada terá de realizar tudo que for necessário para não deixar qualquer pendência, sem esquecer ainda que deve rezar para não ter de retornar novamente, pois a nave é senhora do seu tempo e do seu destino.
“Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com pontos de vista diferentes. Espero que tenha uma vida da qual se orgulhe.”

No decorrer do tempo que estiver na nave procure ver tudo, experimentar tudo, amar tudo, sentir tudo, mesmo que seja dor e lágrimas. 
"Estamos destinados a perdermos as pessoas que amamos. De que outra forma saberíamos o quanto elas foram importantes?"
 
Porque o verdadeiro sentido de viajar nessa nave é aprender a doar-se, perdoar a si mesmo e aos outros mesmo que sem vontade e merecimento, amar e ser amado, compreender e ser compreendido caso isso seja possível, ser irredutível e tirano, mas também ser a luz para alguém ou para muitos, pois perder ou ganhar realmente não faz ninguém melhor e nem pior. 
“E se você descobrir que não tem, espero que tenha forças pra conseguir começar novamente.”


                                                                                         O curioso caso de Benjamin Button 

Saturday, May 17, 2014

O VIAJANTE DO TEMPO




Pela primeira vez uma obra chamou minha atenção para buscar o porquê de uma menina roubar livros. Eu não quis ler sinopse ou qualquer outro texto referencial publicado somente para deixar a minha curiosidade sobre a questão bem viva, no entanto, me ative em saber que o núcleo principal da história se passou durante a segunda guerra mundial. Os anos passaram, mas sempre que ouvia alguém citar o título dele novamente eu ficava a imaginar um milhão de possibilidades, pois o universo literário é assim, um verdadeiro mundo de possibilidades ou não. E, depois de tanto tempo de curiosidade, finalmente comecei a lê-lo.

Logo no começo percebi que havia um viajante narrador misterioso e que não era a protagonista, notei também que ele exercia grande poder. Cada encontro com ele era marcado e outros nem tanto, às vezes tais encontros também podiam ser antecipados, mas se isso acontecesse seria contra a vontade dele. O viajante revelava tudo com seus mistérios, e a recompensa para aqueles que o encontravam era serem recolhidos a um plano ímpar e particular que somente ele sabe onde está localizado.  

Os livros que a menina roubou durante os primeiros anos de sua juventude foram a compensação da esperança, da ilusão e do aprendizado meio a tantas incertezas.     Por três vezes Liesel encontrou o viajante misterioso, cada encontro era marcado por lágrimas, dor e solidão, no entanto, na última vez que eles se encontraram, ela teve de acompanhá-lo.