Monday, March 27, 2023

CÂMERA VIAJANTE


A partir do dia 30 de março, acontecerá nas escolas estaduais Petrônio Portela, Dom Pedro, Raimundo Gomes Nogueira, Ajuricaba e Maria Rodrigues Tapajós, Redenção, a realização do projeto Câmera Viajante. O projeto visa ministrar oficinas formativas de Capacitação em Linguagem Audiovisual na rede pública de ensino. O projeto foi contemplado pelo edital MANAUS FAZ CULTURA 2022, da Prefeitura de Manaus, e atende ao Programa de Cultura Itinerante do município. As oficinas serão ministradas pela professora especialista em Cinema e Linguagem Audiovisual Izis Negreiros. A cada dia, jovens e crianças têm sido reféns do aparelho celular que também ganhou status “pequena tela” tendo até evento de exibição exclusiva de mostra de filmes produzidos a partir dele. Desta forma o projeto busca incrementar ações no ensino e no aprendizado quanto ao uso do audiovisual como ferramenta pedagógica e assim, filmes deixem de ser mero entretenimento e passem a despertar o desenvolvimento das habilidades das linguagens e tecnologias em sala de aula. O projeto nasceu de um estudo in loco aplicado em 2017, de forma prática e teórica para discentes e docentes durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no IFAM – Campus/Presidente Figueiredo através do minicurso intitulado "Cinema: Regras e Proporções" demonstrando como utilizar o audiovisual como ferramenta pedagógica dentro da disciplina de matemática para estudantes do ensino médio, este por sua vez, aperfeiçoado, posteriormente, para outras disciplinas de níveis mais baixos do ensino fundamental como é caso da educação básica, o que possibilitou uma nova perspectiva sobre a utilização do audiovisual dentro da grade normativa curricular do aprendizado de estudantes, tendo em vista que, um filme não pode mais ser visto como mero entretenimento, mas sim, como um item que deve ser inserido em definitivo ao processo do aprimoramento de aprender e ensinar em tempos de globalização. 

Monday, March 6, 2023

CARTA DO AGORA DO FUTURO

Enquanto dedilho nos teclados do notebook essa carta do Agora do Futuro percebo o quanto a conexão de cada palavra pensada na minha língua materna é incrível. Pelo menos sei que a rede neural do meu cérebro está em pleno funcionamento e este mundo, apesar do fustigo trato dado por boa parte da humanidade, não deixa de ser maravilhoso. Ainda bem que posso exercer o senso crítico, escolher entre digitar numa máquina ou utilizar a força e a rapidez do meu punho ao desenhar as letras pulsantes das minhas ideias. A tecnologia tem sede de velocidade sendo então mero detalhe o desaparecimento da prática manual da grafia textual para dar vez ao ato de pensar ou falar transcrito pela I.A.  
     
Às vezes me pergunto como será o Agora do Futuro. Mas o que de fato sabemos sobre ele? Acredito que não muito, porém, temos um enorme vislumbre sobre ele. Amanhã, Depois, dentro de 20, 30 ou menos anos, jamais saberemos. Ademais, o certo é o Agora do Futuro

Um dia dentro desse espaço de Tempo estarei em outro plano de evolução como muitos de vocês sem as lembranças da existência. Melhor assim! Sem as recordações de quem fui nessa breve passagem pela Terra. 

A boa saúde mental, física e espiritual desenvolvida ao longo das décadas me fez perceber que ser passageiro da agonia faz parte do aprendizado e desprender-se, mesmo não sendo uma tarefa fácil, é ter resiliência e persistência no dia a dia.  Ah! Se o ser humano aceitasse o abreviado Tempo da vida, procurasse usar cada gota dela ofertada e utilizasse apenas o suficiente sem o desespero do apego, certamente, a dor seria suportável. 

  




Por séculos a humanidade hierarquizou céu, terra e inferno, mas no Agora do Futuro ela terá de ser uníssona no objetivo de sobrevier ao que lhe resta do Tempo. Ou a humanidade, quiçá irá furta-se da vida coesa para prosseguir na guerra até que o último sobrevivente cometa o ato heroico de apagar a luz e fechar a porta. Talvez não chegue a tanto, de qualquer forma, o drama é a pimenta dos nossos olhos, pois ela é capaz de fazer a emoção transbordar do âmago com mais facilidade.  

Passado então 100 ou 200 anos no Agora do Futuro questões relacionadas como: diversidade, identidade, classe, ideia e até o nome de Deus não fazem mais sentido. Por certo, a luta pelo poder também não tem mais razão. Tudo ficou no Pretérito. A língua é uma só e as fronteiras não mais existem. 










No Pretérito o pensamento da humanidade era planejar, criar, procriar, recriar, expandir – tudo no infinitivo – e também destruir qualquer coisa ao redor de si própria. Acredito que no Agora do Futuro a máquina faz quase tudo pela humanidade. Não tenho nada contra a máquina, na verdade, admiro a inteligência de quem inventa, constrói e moderniza. 

No Agora do Futuro a humanidade viaja inúmeras vezes entre céu, terra e outros planetas na velocidade da luz.  Entretanto, ainda deve estar quebrando a cabeça na criação da máquina certa que adentre a entranha do mar para por fim aos seus mistérios. Ou Talvez, parte dessa humanidade já não exista por ter sido engolida por seu orgulho e arrogância pelas onipotentes águas profundas dos oceanos. A essa altura a humanidade possui mecanismos para o corpo não envelhecer e adoecer. Contudo ainda teme a espreita da morte que chega sem aviso algum, mesmo em dia de calmaria, felicidade ou fúria, porque a humanidade, mesmo com toda tecnologia existente nesse Agora do Futuro não pode decidir até quando irá viver. Isso me lembra “O homem bicentenário” que afirma ser a morte a causa de sermos seres humanos. 







Monday, November 15, 2021

REVERSO - FANTASMA E ESCURIDÃO

O roteiro de longa-metragem de ficção “Reverso – Fantasma e Escuridão” é uma adaptação do livro homônimo de Izis Negreiros lançado em 2019, pela Camafeu Publication. O roteiro contemplado pelo Edital Conexões Culturais – Lei Aldir Blanc – Audiovisual 2020, a obra foi desenvolvida para participar de rodadas de negócio, fundo de investimento e Labs a fim de buscar investimento para a viabilização da produção e assim, possa contribuir para o aquecimento do setor do audiovisual no mercado brasileiro. Com estória ambientada nos anos 60, “Reverso – Fantasma e Escuridão” aborda a questão das formas de amar diante da dificuldade de viver o amor em tempos de violência. Essa fase “pedaços” é representada sempre como uma casa em construção através dos aspectos psicológicos aos quais os personagens Johnny, Evaristo e Almiramar estão inseridos após presenciarem uma briga na adolescência. 

ENTRE NÓS DOIS - 3a Edição 2021

“Entre nós dois...” de Izis Negreiros ganha edição especial em 2021. Em comemoração aos seus 10 anos desde a primeira publicação o livro será distribuído de forma gratuita para compor o acervo bibliográfico de escolas publicas de Manaus, Maués, São Gabriel da Cachoeira e Boa Vista do Ramos para ações de incentivo a leitura de alunos a partir do 7º ano do ensino fundamental. O livro foi contemplado através da Lei Aldir Blanc com o Prêmio Feliciano Lana do Governo do Estado do Amazonas, com apoio do Governo Federal –  Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura,  Fundo Nacional de Cultura em 2020 para sua 3ª Edição impressa em língua portuguesa e foi destaque literário como finalista na Categoria Romance no prêmio Awards Focus Brasil NY - Academia Internacional de Literatura Brasileira AILB - com sede em Nova York/USA em 2021. A obra foi analisada pela professora doutora em literatura Cassia Bezerra do Nascimento e a mestre em literatura Monike Rabelo da Silva Lira está última, por sua vez, escreveu a apresentação da 3ª edição impressa do livro, as professoras fazem parte do grupo de pesquisa GEPELIP/UFAM ao qual publicou o artigo “O entre lugar identitário no romance Entre nós dois...” publicado em 2020, na obra “Poesia, prosa e cinema – 1996-2016”. O romance aborda a arte de narrar à memória “vida, morte e renascimento”. E, por se tratar de uma ficção, a reflexão e a coerência vêm sempre através de seus personagens possibilitando assim, que o leitor tome conhecimento de outros aspectos sociais e culturais em tempos diferentes, bem como apresenta, em seu comparativo, aspectos incomuns ao longo dos anos.  A singularidade da obra que já foi traduzida para o inglês possui imagens lúdicas de pintura em carvão reproduzida pelo artista plástico Jefferson Campelo a partir do acervo fotográfico da autora e do fotografo indiano Sudip.  Com linguagem universal e visual do cinema o texto perpassa em seis décadas entre Amazonas e India representada no livro por dois rios: Amazonas e Ganga ao explorar com sensibilidade e sutileza o ponto de vista feminino a condição da mulher. A Amazônia é o centro da discussão política, econômica e ambiental, um espaço em que coube na obra “Entre nós dois...” um olhar sobre sua realidade natural e humana. A predestinação dos encontros, elemento profundo na narrativa possibilita um salto na imaginação do leitor rumo ao fantástico. Outro recurso que podemos laurear sua composição é o traço educativo. Além do mais, há no  romance uma valiosa fonte de pesquisa para leitores em idade escolar pela possibilidade múltipla de composição de atividades didáticas em sala e fora dela. Por exemplo, um professor de artes poderá trabalhar fotografia e imagens da cultura dos povos em questão; o de geopolítica, as diversas composições culturais, econômicas e políticas do povo; o professor de religião pode focalizar o conjunto de crenças e valores desses povos etc. Entre os diversos recursos utilizados no livro e que acentuam qualidade nessa obra, um deles a união do elemento nacional a uma estrangeira, uma obra de proposta original que elege a diversidade cultural. A autora por dominar a técnica do audiovisual permite ao leitor o aprendizado de uma forma de linguagem próxima do visual, pode vislumbrar cenas tão bem descritas como as de um filme, porque depreende detalhes ricos da composição de cenários e atmosferas. Izis Negreiros apresenta uma obra interdisciplinar, em feições ultrarrealistas sobre as essências, provocando uma grande reflexão em seus leitores. 

Sunday, November 14, 2021

NO PAÍS DAS AMAZONAS

Entre os dias 23 a 25 de novembro, das 8hs às 17hs, na Escola Estadual Zima Lira Cabral 2 – Comunidade Novo Céu (Autazes) e no Clube Municipal (Urucará) será realizado a exposição “No país das Amazonas” de Izis Negreiros. A visitação será aberta ao público com entrada gratuita. Ao todo serão expostas 50 obras produzidas em 2021, na zona rural dos municípios de Urucará e Autazes. Seguindo o protocolo sanitário do COVID-19, o espaço será limitado à circulação de pessoas.
Izis Negreiros além de ser produtora audiovisual e escritora possui uma trajetória de fotografar still, seu trabalho pode ser conferido em diversas capas e cartazes, mas dessa vez ela emprestou o talento para homenagear através da arte visual mulheres comuns que vivem o dia a dia real no interior do Amazonas. Para Izis, esse registro foi de grande importância para compreender que é preciso valorar o ser humano que se dispõe a tirar a subsistência da roça, do campo e dos rios para si e para os outros.
A Amazônia vive em constante transformação, seja ela estrutural ou cultural, onde ainda podemos observar a crescente formação dos povos que nela habitam, porém, nunca se somou a isso o mérito da mulher interiorana que nela reside, assim como pouco se registrou a beleza que está além dos corpos esculturais das belas caboclas, que fazem desse cenário e unificam a diversidade e a multiculturalidade feminina atual das amazônidas. Além da exposição “No país das amazonas” será ofertado aos visitantes o calendário de 2022, contendo fotos selecionadas da exposição onde aborda um breve resumo do surgimento das cidades de Autazes e Urucará. O projeto “No país das amazonas” foi contemplado com recurso da Lei Aldir Blanc com o Prêmio Encontro das Artes do Governo do Estado do Amazonas, com apoio do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura, Fundo Nacional de Cultura.

Friday, September 10, 2021

NAS FRANJAS DE LINDÚ

Lindú é intempestiva e por causa disso aos 6 anos foi enviada para o colégio interno para ser educada por freiras. A imprevisibilidade de Lindú a fez perder diversas férias com a família. Durante o período no internato ela também não se dava conta que esquecia detalhes enquanto ficava mais velha, ao mesmo tempo em que conflitava o não pertencimento a lugar nenhum e querer ser outra pessoa. Quando Lindú, finalmente, ganha férias é que ela percebe o quanto é tortuoso voltar para casa. Então ela precisa reaprender o caminho a partir “do seu eu” de outrora e para isso é preciso se conectar as estórias incríveis do seu avô Dudu que são ligadas há um passado presente, mas que aos poucos se tornou fragmentado e assim resgatar a memória afetiva ao ser apresentada a ponte do destino através da  janela (quadro) do tempo.


Sunday, April 26, 2020

DE VOLTA AO COMEÇO

Menino em oração - 2020/Peru
 
2020, o ano em que a humanidade dobrou o joelho e agradeceu por respirar. No entanto, milhares tiveram de voltar para casa do Pai.
 

Na pandemia iniciada com força total nas primeiras semanas do ano alguns decidiram percorrer o caminho da negação, outros entenderam que para eles a viagem na terra havia chegado ao fim, porém, no meio de tanta gente perdida e sem rumo surgiu também uma legião de anjos dispostos a dar o melhor de si e até mesmo suas preciosas vidas em nome do juramento de salvar pessoas ao se colocarem na linha de frente de uma guerra mundial contra um traiçoeiro e microscópico inimigo invisível. Muito tempo ainda vai se passar até ser descoberto como, de fato, ele surgiu. Mas por enquanto só sabemos que ele é mais poderoso do que se pode imaginar.
 
Enquanto isso a humanidade vai descobrindo da forma mais dura o sentimento de viver como pássaros presos em uma gaiola e cantar uma canção que jamais será de alegria.

Agora, precisamos perceber que a natureza nos proporciona uma lição diária para que possamos, talvez, renascer e zelar por essa grande nave chamada planeta Terra onde todos nós somos apenas passageiros num viagem onde há apenas um destino certo para todos.  


Saturday, December 28, 2019

A VIDA É UM ETERNO SE


Às vezes pergunto a mim mesma como seria o hoje SE eu tivesse pedido para ele ficar. Mas naquele momento só passou pela minha mente o que ele ainda poderia ter e no que eu jamais poderia oferecer. Uma família. A sua família. Pessoas que de fato estivessem dentro de sua realidade e as quais eu não poderia me enquadrar por fatores estruturais, culturais e sociais. 
Nosso primeiro contato foi virtual por causa do trabalho. Achei interessantes ter coisas incomuns entre a gente. Depois conversamos e confesso: a paixão me tomou de assalto por aquela voz do outro lado do Skype. No entanto eu precisava focar em nossa longa trajetória de trabalho. Isso era importante. Por isso estava fora de cogitação mudar o curso combinado. Eu não queria estragar algo bonito em seu nascedouro. Mesmo assim, lá no fundo da minha alma eu sentia algo tardio para ser mudado. Acho que mais eu do que ele. Uma fantasia. Uma quimera com voz masculina agradável ao meu âmago que ansiava ver de perto seu rosto e abraçá-lo. 
Um dia peguei um avião e fui parar em na cidade onde ele morava com a desculpa de resolver algumas coisas minhas. Ele não conhecia as minhas verdadeiras intensões, mas sabia que eu estaria lá. Contudo, eu não queria encontrá-lo. Tentei fugir desse encontro. Porém, de forma surpreendente, ele veio até mim. Acho que nunca suei tanto as mãos naquele dia. Ficou claro também para mim que ele queria me ver, sentir e olhar para minhas verdades escondidas. Por dias fiquei mal e me isolei no quarto do hotel até receber o convite dele para almoçar. Depois disso foram vários outros adoráveis encontros. Na verdade ele queria me conhecer melhor. Eu percebi isso. Todavia escondi-me dele e de mim mesma como pude. Por um tempo precisei analisar tudo aquilo por ter sentimentos crescentes por ele. Num começo de uma das várias noites paulistanas fomos tomar café com amigos incomum, depois fomos caminhar pela Paulista até meu hotel e numa travessia em uma das alamedas antes que eu colocasse o pé fora da calçada de pedestre fui puxada de súbito. Na verdade, ele me protegeu próximo de si e evitou que um carro me pegasse na pista. Até hoje sinto o braço dele entrelaçado ao meu corpo de forma respeitosa e acolhedora. Ao chegarmos ao hotel pedi para ele subir comigo para conversamos, entretanto, fui surpreendida com a interrupção de uma ligação da recepção. Fiquei sem jeito com a regra do hotel por ele ter subido ao meu quarto. De repente, fui invadida por um turbilhão de pensamentos. Fui estúpida por ter me embaralhado. No fundo eu queria que ele tivesse ficado comigo naquela noite. Eu pude ver nos olhos dele que ficaria se eu tivesse pedido. Senti-me pequena diante de uma escolha difícil. Assim mesmo, com meu coração em prantos cuidei de dar a desculpa mais esfarrapada da minha vida e o deixei ir embora. Orgulhoso, ele encarou o meu pedido com a rejeição masculina de um homem que tem o brio ferido sem ter noção da minha dilaceração interna.

Após alguns minutos tomei apressada o elevador e corri atrás dele, no entanto, era tarde demais. Voltei para o apartamento desolada. Só restou naquele instante olhar pela janela do quarto e observar aquela esquina já pouco movimentada por ter passado da meia-noite. Após esse ocorrido ele quis apenas terminar o trabalho, se distanciar e seguir adiante com sua vida. Sei. Devo ter aberto uma ferida imensa nas expectativas dele. Mas juro! O meu amor por ele tem se mantido  puro e altruísta. SE um dia ele ler esse texto vai saber dos sentimentos acalentados por anos. SE eu tivesse tido mais tempo TALVEZ as poesias escritas por ele pertenceriam a mimSei. É tarde. Nunca mais vamos nos encontrar e arrependo-me do SE do agora.