O tema “degradação social da família” abordado
em Eçoí, palavra usada pela etnia Saterê-maué para dar sentido a
utopia do homem. Por essa linha de partida eu mostrei visualmente um
espelho da vida social da maioria das famílias brasileiras que vivem em lugares
sem o mínimo de infraestrutura. Na luta constante por uma perspectiva de
vida melhor o núcleo familiar acaba sofrendo todo o tipo de degradação social
na busca incansável de um futuro melhor. Toda história começa com o sonho
de Amâncio que busca uma vida melhor na cidade grande, mas seus sonhos acabam
virando pesadelos depois que ele vê sua família se envolve em drogas, álcool,
prostituição e traição. A primeira versão do roteiro foi escrito por mim
em 2004, a ideia original é de Hilmar Pinto. A princípio ele pediu-me para que
fosse roteirizada a ideia e depois de ter passado muito tempo ele retornou para
minhas mãos para ser transformado em roteiro de longa-metragem, porém, a
melhor saída foi transformá-lo em média-metragem, sem perder a principal
essência e seus conflitos. Tive de reconstruir quase tudo e vê-lo limitado a
32'. O desafio foi aceito e sem arrependimento. Hoje tenho orgulho de
apresentar um pouco dele para vocês. A minha maior inspiração para produzir
esse trabalho foi experimentar pela primeira vez o kistch, linguagem
estética muito usada nos filmes latinos que considerada uma linguagem “brega”
para muitos. A escalação dos atores foi essencial para termos um bom
trabalho de elenco e contou com uma dobradinha entre os atores amazonenses
Gomes de Lima e Rosa Malagueta. Entre os atores que me surpreenderam neste
trabalho estão Luciana Procópio, Jean Nogueira, Leonardo Marcell, pois eles
agarraram o personagem e ficaram para si.
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